quinta-feira, 30 de abril de 2009

Palavra do Papa


Papa pede a G20 soluções justas para a crise

O Papa Bento XVI enviou uma mensagem ao primeiro-ministro britânico Gordon Brown, às vésperas da abertura da cúpula do G20 em Londres, realizada no mês passado. O Papa defendeu a necessidade de "coordenar os esforços entre governos e organizações internacionais para sair da crise global, sem recorrer a nacionalismos ou protecionismos".
Aos líderes das 19 maiores potências econômicas do mundo, mais a União Européia, a carta papal lembrou que em Londres estiveram representados os países responsáveis por 90% do PIB e 80% do comércio mundiais.
Bento XVI recordou ao anfitrião do encontro que a África, que acaba de visitar, é o continente que mais sofre os efeitos da crise. A mensagem denuncia a realidade da pobreza extrema e da marginalização, lamentando que no Grupo dos 20 a África subsaariana (abaixo do Saara) seja representada por apenas um país (África do Sul) e algumas organizações regionais.

Ajuda a países pobres
O Papa assegura suas orações e pediu o compromisso dos líderes mundiais para a obtenção de "linhas concretas" que permitam estabilizar os mercados financeiros e sair da crise."A crise foi gerada pela falta de ética, por um déficit de ética nas estruturas econômicas. Ela mostra que a ética não é alheia à economia e que esta não pode funcionar se não incluir a sua componente ética", indica.
Bento XVI referiu-se também a ajuda a famílias e países pobres: "Todas as medidas propostas para acabar com a crise devem procurar oferecer estabilidade às famílias e aos trabalhadores".
Neste contexto, o Papa admitiu temer que a crise "desperte o fantasma do cancelamento ou da redução drástica dos programas de ajuda aos países menos desenvolvidos".
O Vaticano divulgou a carta de resposta do primeiro-ministro britânico, na qual Brown garantiu redobrar os esforços para que a reunião do G20 não esqueça os pobres nem as mudanças climáticas, temas que também preocupam o Papa.
Para Bento XVI, é importante que os participantes do encontro "recorram aos mecanismos e instrumentos multilaterais existentes dentro das Nações Unidas e das agências ligadas à ONU, para que seja ouvida a voz de todos os países do mundo e para que as medidas e procedimentos decididos no encontro do G20 sejam partilhados por todos".

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