terça-feira, 31 de março de 2009



DOMINGO DE RAMOS E A PAIXÃO DO SENHOR - A CRUZ DO AMOR

A Celebração do Domingo de Ramos e a Paixão do Senhor é o início da Semana Santa que mistura os gritos de hosanas com os clamores do sofrimento de Cristo. O povo acolheu Jesus saudando-o com ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória. “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus e defensores da fé católica. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas após a Missa nos lembram que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado e o cristianismo “light”, adaptado aos gostos e interesses pessoais, que impera, como diz Bento XVI, a ditadura do relativismo.
A liturgia do Domingo de Ramos e a Paixão do Senhor nos convida a celebrar dois acontecimentos: por um lado, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, acolhido e aclamado por uma numerosa multidão com fé e alegria; por outro, o início da Semana Santa, na qual Jesus realiza a salvação do mundo mediante seu amor e seu sacrifício da cruz. Eis o motivo pelo qual lemos também hoje o relato comovente e profundo da paixão de Cristo que será proclamado com mais detalhes na sexta-feira da Paixão do Senhor.
Entrando em Jerusalém, Jesus é aplaudido pelas multidões: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”. Nossa fé é sempre luz, vida, força, alegria, paz. As pessoas atraídas por Jesus, talvez inspiradas e portadoras da verdadeira fé da humanidade que esperava o Messias vão ao encontro de Jesus, o celebram, o aclamam com ramos de palmeira. Percebemos que Jesus gosta desta acolhida de fé, ele mesmo decidiu entrar em Jerusalém não mais a pé, mas montado num jumentinho. Que humildade! Ele é verdadeiramente o Salvador, o Filho de Deus, vindo ao mundo para nos trazer o amor e a misericórdia do Pai. Também nós queremos viver esse dia, renovando toda a nossa fé, o nosso fervor, o nosso afeto a Jesus, sentindo o seu amor misericordioso que chega a cada um de nós.
Na missa de Ramos que abre a Semana Santa e a leitura do relato da paixão e morte do Senhor, concentra todo o mistério do amor de Deus, do pecado do homem, da salvação que Jesus nos faz merecer. O texto da paixão do Senhor é o relato dos fatos através dos quais chegou a cada um de nós a Redenção. Todo o mal, que se realiza sobre a terra, de alguma forma é concentrado naqueles fatos: a violência, a sede de poder, a inveja, a traição dos amigos, a covardia, a bajulação dos poderosos, a maldade, o insulto à dignidade humana, as indiretas, a mentira, a insegurança, a injustiça e todo tipo de maldade que cometemos, tudo parece estar presente na paixão de Jesus.
Reunir, como faz a celebração do domingo de Ramos, as duas atitudes da multidão que antes o aclama e depois o condena, nos faz perceber como é fácil esquecer o amor de Deus, deixar-se conduzir pelo pecado, rejeitar o Senhor. Percebemos isso em nós, mas também em Pedro e nos outros apóstolos. O texto da paixão ressalta a traição de Pedro, quando Jesus anuncia durante a ceia e quando Pedro o nega por três vezes diante da serva. Se formos confrontar a traição de Pedro àquela de Judas, vemos que Pedro, depois de ter negado Jesus, caiu num pranto, Judas depois da traição, foi se matar. Pedro teve confiança na misericórdia de Deus, enquanto Judas não: se desesperou.
Também cada um de nós, muitas vezes, cai na tentação, no medo, no egoísmo, no pecado, como Pedro e como Judas. Temos, porém, de seguir o exemplo de Pedro: acreditar em Deus, no seu amor infinito, na sua misericórdia sem limites. O amor de Deus, mostrado na cruz é a nossa plena, contínua e eterna salvação! Mesmo quando pecamos gravemente, e sentirmos o peso do nosso pecado, saibamos que Deus é maior do que o nosso pecado, e veio justamente para “tirar” os nossos pecados, para nos dar alegria e os frutos do seu amor.
Que esta mensagem nos ajude a celebrar com profunda fé os sacramentos pascais, a viver a semana santa em união com a paixão de Cristo, fazendo nossos os mesmos sentimentos que existiram em Jesus, e implorando a graça e a força da sua morte e ressurreição para todos nós.

Elma Guidine
Com. Menino Jesus

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